Parque Tecnológico Horizontes de Inovação já está em funcionamento

Reforma segue em pleno andamento, mas equipamento já impulsiona startups.

Gilson Renato

Uma nova lógica de articulação entre sociedade, poderes constituídos em seus vários níveis, academia e empresas é uma das configurações que o projeto de planejamento e implantação do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação (PTHI), associado à requalificação do Centro Histórico, pretende alcançar. Esta articulação busca impulsionar o ecossistema de inovação através da integração do sistema científico com o empreendedorismo gerador e produtor de tecnologia no estado da Paraíba e já está em atividade.

A instalação do Parque está desde o início sob o comando da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (Seect). O ambiente físico do PTHI segue em construção: as obras de adequação que estão sendo realizadas no antigo Colégio Nossa Senhora das Neves devem se estender até meados de maio do próximo ano, segundo a Superintendência de Obras do Estado (Suplan), quando a histórica edificação estará transformada no espaço ideal para o desenvolvimento de projetos e produtos de inovação tecnológica que contemplarão demandas sociais, educacionais, de saúde, culturais, econômicas e mercadológicas.

Os efeitos do PTHI, no entanto, como afirma o Secretário Executivo de Ciência e Tecnologia, Rubens Freire, “já fomentam e apoiam empreendimentos que têm a inovação tecnológica como instrumento principal na busca de soluções para demandas diversas. As pessoas perguntam ‘Quando o parque estará funcionando?’, associando isso ao fim da reforma, mas o parque já está funcionando”. Depois de passarem pelos filtros dos editais, concursos e programas como o Ouse Criar e o Celso Furtado, atualmente 14 startups estão sendo contempladas por processos de incubação e pré-aceleração. Em síntese este momento preconiza a junção das forças e condições ideais para o desenvolvimento célere e assertivo do novo ente na direção de suas metas.

Como se dará a ocupação do PTHI

Após a conclusão das obras o espaço que, originalmente, ainda no século XIX, foi construído para abrigar exclusivamente estudantes do sexo feminino, terá inovadas e radicalmente diversificadas as suas funções. Lá estarão: a Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia do Estado; ambientes para incubação de empresas nascentes; ambientes para instalação de empresas âncoras – a exemplo da Cagepa, que instalará o seu hub de inovação no PTHI; ambientes para mobilização e capacitação do ecossistema de inovação da Capital, através de instituições como o Sebrae (o seu laboratório maker) e outras oficinas que demandam produtos e serviços que interessam ao segmento da economia criativa. O prédio e seu entorno também abrigarão ambientes para capacitação de negócios inovadores e atração de investidores, com destaque para os setores de tecnologia da informação e comunicação (TIC), Economia Criativa, Saúde e Energia.

A coordenadora do Parque, professora Francilene Garcia, explica como se dará a ocupação dos espaços no ambiente do PTHI, “o Parque, como espaço de mobilização e promoção de empreendimentos inovadores, terá três tipos de ambientes: ambientes para instalação de entes do ecossistema; ambientes para instalação das startups e empresas âncoras; e ambientes de uso compartilhado. Para acesso aos ambientes e suas facilidades haverá um conjunto de critérios – a serem determinados pelo ente gestor em processo de criação, de forma que os diferentes entes do ecossistema possam conviver e tirar o melhor proveito desta interação para o seu fortalecimento. 

As fases de implantação do PTHI

O processo de implantação do PTHI, efetivamente, teve início com o decreto governamental 41.364 que o criou em junho do ano passado com o compromisso de apoiar a implantação e manutenção do Parque. Desde então colaboradores e instituições parceiras buscam articular e mobilizar entes partícipes do ecossistema de João Pessoa – governos, academias e empresas – na definição de áreas, foco e potencialidades para atuação do PTHI. Por força do decreto fundador, a Seect lidera diretamente o processo inicial de implantação do PTHI até que lhe seja instituído um ente gestor, conforme processo em andamento.

No segundo momento será estruturada a equipe técnica de colaboradores, sob a supervisão da Seect, que terá a responsabilidade de dar continuidade a implantação do PTHI, acompanhando a finalização das obras de reforma do prédio e determinando as características institucionais do PTHI. Também nesta fase será formulado o plano estratégico do PTHI e executadas ações junto ao ecossistema de João Pessoa, inclusive para captação das parcerias que venham interagir no ambiente e de acordo com as finalidades do Parque. Esta segunda fase será concluída com o final da reforma do prédio. 

No terceiro e definitivo momento a operação e manutenção do PTHI, já sob a liderança da pessoa jurídica que está sendo criada para este fim, deverá avançar na mobilização do ecossistema de inovação de João Pessoa em parceria com entes de todo o estado, do Brasil e do exterior buscando a consolidação do ambiente de inovação da capital paraibana.

Perspectivas econômicas e de impacto social

A professora Francilene afirma que o PTHI virá integrar-se a um ecossistema rico e diversificado, apesar de ainda pouco explorado. Este ambiente conta com a presença de atores oriundos da academia (universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento – P&D), de governos e empresas. Segundo ela, os atores acadêmicos mantêm programas de graduação e pós-graduação com forte influência em áreas de fronteira, em especial, nas inciativas de pesquisa desenvolvidas nos laboratórios de P&D – com destaque para as duas unidades Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) instaladas na UFPB e IFPB.

Os atores governamentais lidam com desafios críticos em áreas de impacto para a população, a exemplo do acesso à educação, saúde e serviços públicos de qualidade, além da busca permanente por novas oportunidades de desenvolvimento. Na opinião de Francilene, no caso de João Pessoa, tudo se dá “com um olhar diferenciado para o turismo sustentável e a economia criativa. As empresas, em especial as startups, buscam aplicar conhecimentos para inovar e se tornarem mais competitivas, entregando ao ambiente novos postos de trabalho, crescimento econômico e maior inclusão social”, afirma.

A expectativa é que, em cinco anos, possamos testemunhar um aumento de 50% no número atual de empresas inovadoras instaladas em João Pessoa. Este número, segundo mapeamento do Distrito/Citta, é atualmente de 90 startups instaladas na capital. A projeção é de que a instalação do PTHI também promova a formação de aproximadamente 1 mil novos programadores e soluções importantes nas áreas de educação, saúde, turismo e economia, além de demandas mais específicas, a exemplo das compras governamentais.

Relação entre PTHI e startups

No momento as equipes do PTHI pré-incubam 14 startups oriundas dos programas Ouse Criar e Celso Furtado e do concurso Ideias Inovadoras. O processo de pré-incubação consiste em ações como reuniões semanais, acompanhamentos individuais e treinamentos online através do canal do PTHI no YouTube.

As ações das startups são mentoreadas e monitoradas por técnicos especializados em empreendedorismo, marketing e gestão. Através das lives do YouTube, por exemplo, os representantes das startups recebem também uma formação mais genérica que são importantes para o processo de transformação das ideias em negócio.

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